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Quase metade dos brasileiros não usa escova de dente, pasta e fio dental, aponta IBGE

Apenas 53% dos brasileiros escovam os dentes com os três itens fundamentais para uma boa higiene bucal: escova de dente, pasta e fio dental, informou este mês o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Apesar de não ser o ideal, Antônio Carlos Pereira, professor da área de Odontologia Preventiva e Saúde Pública da UNICAMP, não considera o resultado negativo.

“Esse percentual se refere à utilização dos 3 métodos conjuntos. Se você observar a questão da escovação com pasta de dente, esse percentual é de mais de 90%. Observe que escovar os dentes duas vezes ao dia está em torno de 90%. Esses valores são bastante expressivos e positivos e indicam uma melhora dos indicadores de saúde bucal verificados nos últimos anos”, diz o especialista.

Para ele, o ponto que ainda deve ser mais trabalhado com a população é a utilização do fio dental, item responsável pela média baixa de 53% que afirmam usar os três itens. Segundo Antônio, são três os motivos que levaram a esse percentual. “A questão cultural em que o hábito da utilização do fio dental é negligenciado simplesmente porque parte da população acredita não ser importante; o custo do produto (acima de 10 reais) e a dificuldade motora que algumas pessoas apresentam na execução do processo”. Falha masculina

Ainda segundo a pesquisa, os homens usam os artigos de higiene bucal menos que as mulheres. Enquanto 57,1% delas declararam usar escova, pasta e fio de dental, apenas 48,4% dos homens afirmaram que usam os três itens. “Isso é verificado no Brasil e em outros lugares do mundo. A explicação mais plausível é que o homem se sente invulnerável e, diante disso, busca resolver os problemas autonomamente, enquanto as mulheres buscam ajuda em situações de prevenção e tratamento”, diz Antônio.

Escolaridade
O fator escolaridade também influenciou muito no resultado. Enquanto 83,2% das pessoas com nível superior usavam os três itens, o percentual cai para 29,2% entre a população sem instrução e com ensino fundamental incompleto. “As estratégias para que isso melhore são simples, informação e diminuição do valor do produto”, diz Antônio.

Troca da escova
Trocar a escova a cada três meses também não é um costume para a maioria dos brasileiros.

Segundo dados do IBGE, apenas 46,8% substituem o artigo com menos de três meses. “O desgaste das cerdas da escova dentária diminui a capacidade mecânica de remoção do biofilme (placa dentária). A escolha por não trocar a escova quando necessário (no máximo, a cada três meses), obviamente acarretará numa remoção do biofilme não efetiva”, diz o especialista.

Procura por atendimento
A busca por atendimento odontológico também foi verificada pela pesquisa, que concluiu que 44,4% dos brasileiros procuraram um dentista nos doze meses anteriores. A região Sul lidera essa estatística, com 51,9%, seguida pelo Sudeste, com 48,3%. No Norte, o percentual é o menor do país, de 34,4%.

O percentual cresce entre as mulheres (47,3%) em relação aos homens (41,3%), e entre a população de nível superior (67,4%) perante as demais, chegando a 36,6% na população sem instrução ou com ensino fundamental incompleto. Quando considerada a cor da pele, o percentual é maior entre os brancos (50,4%) que entre negros - 38,2% entre os pretos e 39,2% entre os pardos.

De todas as pessoas que procuraram dentistas, 74,3% recorreram a consultórios particulares ou clínicas privadas. As unidades básicas de saúde foram procuradas por 19,6% das pessoas que foram ao dentista, e 6,1% buscaram outros estabelecimentos, como centros especializados, e emergências de hospitais públicos e privados.

Fonte: IBGE